Benlhevai

...

Benlhevai, 10 de Maio de 2012


Em 25 de Maio de 2011 iniciei uma aventura nesta página de Benlhevai, escrever e publicar a HISTÓRIA DE BENLHEVAI.

Dessa aventura resultou um livro, “Histórias de Benlhevai”, que tem levado o nome da nossa terra e a sua história para além das suas fronteiras.

Foi um êxito! Assumo a minha quota-parte nesse êxito, orgulho-me de ter contribuído para a construção dessa obra, mas quero partilhar esse êxito com todos vós, que me fornecestes informações, documentos, histórias e que o lestes. Juntos fizemos esse livro, que é sem dúvida uma obra importante para a nossa terra.

Depois do que se passou com este livro, fiquei naturalmente com a responsabilidade de continuar a escrever sobre Benlhevai, dar continuidade a esta coluna da nossa página na Internet. Tinha em arquivo algumas histórias que fui publicando, enquanto ia pensando num tema que fosse importante para Benlhevai.

Resolvi escolher o tema da emigração.

Benlhevai tem filhos espalhados pelos quatro cantos do mundo e esta história que vou contar é uma homenagem que lhes presto.

Como sabeis, não vivi essa aventura, nunca emigrei, portanto o que vou escrever tem apenas por base o meu conhecimento desse tema e alguns depoimentos que fui recolhendo. Preciso de informações, preciso da vossa ajuda!

Peço então que me façam chegar dados que achem importantes, histórias de que tenham conhecimento ou que tenham vivido. Serão feitas as correctas referências à verdadeira história da emigração na medida em que me forem facultadas por aqueles que emigraram.

O que vou escrever pretende ser um romance e mistura realidade com ficção. Vou falar de Benlhevai, de sítios e pessoas reais, os seus nomes são verdadeiros, mas a história vai ser inventada, os personagens principais também. Vou publicar um capítulo por mês, nos mesmos moldes da História de Benlhevai.

A acção desenrola-se nos inícios da década de 60 do século passado, quando começou a grande vaga de emigração para França. Vai começar assim:

Era uma vez…

Benlhevai, 1962. O Zé Manuel tem 18 anos, é filho do senhor Jaime e da senhora Antónia e tem três irmãos, o Pedro com 15 anos, o Luís com 11 e a Isabel com 9. O Zé Manuel namora com a Carolina. Gostam um do outro, sempre gostaram e esperam casar logo que a vida o permita.

No ano anterior, em 1961, rebentou a guerra em Angola e todos os jovens são chamados para ir combater. O Zé Manuel, como todos os jovens dessa época, não quer ir para essa guerra, não concorda com ela, não quer matar ninguém e não quer morrer.

Por outro lado Portugal está dominado por uma ditadura que condena o povo à miséria. Trabalha-se muito e ganha-se pouco.

A França está num processo de desenvolvimento, precisa de muita mão-de-obra, vão chegando notícias de que lá se ganha bem e por toda a parte está a começar uma onda de emigração clandestina. Essa onda chegou também a Benlhevai.

O Zé Manuel decide então ir a salto para França.

Vamos acompanhá-lo nessa aventura!

 

Um abraço para todos os leitores, do

José Maria