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Fieito do Gago  2021-03-06

Já publicámos o oitavo conto do Vítor, o “Fieito do Gago”, que pode ser lido na secção “Lendas e Histórias” da página de Benlhevai.

Há umas décadas atrás, no tempo desta história, vivia-se do que a terra dava. O termo de Benlhevai, tal como os das outras terras, estava cheio de cereal. Trabalhava-se todo o ano para tentar ter pão em casa, para não haver fome. Nem sempre se conseguia.

Para além disso, havia os rebanhos de ovelhas e algumas cabradas. Eram das casas ricas, que tinham terrenos para as apascentar, ou também de algumas casas remediadas, que tinham alguns terrenos seus e outros arrendados.

Cada pastor sabia onde podia andar, mas por vezes a sua “volta” não era suficiente para alimentar o rebanho. Então arranjava-se sempre forma de matar a fome às ovelhas: Umas bordas de ferrã aqui, outras de centeio além, uns feijões chícharos nalgum sítio com poucas vistas, uns ramos de choupo cortados em horas de calor, com toda a gente em casa, como foi o caso desta história.

Nesse tempo, as leis eram feitas à medida dos ricos, os donos das terras. O que a Guarda dissesse, era para ser feito. Ai de quem se opusesse! Ia para o “Posto”, levava porrada, dizia tudo o que os guardas quisessem. Era assim a vida dos pobres…



Comentários


Antigamente a vida era muito difícil e muito sofrida, ainda na minha infância. Não havia pasto suficiente para os rebanhos, não havia lenha para as pessoas se aquecerem em casa; nem dinheiro para se comprar fósforos. De manhã, ia-se pedir uma brasa à casa de onde se via sair fumo, para com ela acenderem o lume. Isto para os jovens de agora é estranho, não é?

Artur José de Sousa Fernandes