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Pereiro  2025-03-02

Foi publicado hoje o trigésimo sétimo conto do Vítor, o “Pereiro”.

Na época em que a ação deste conto se desenrola, os animais tinham um papel fundamental na vida do homem, na produção agrícola, na subsistência, na luta contra a fome. O trabalho agrícola era feito por eles e pelo homem, não havia descanso, trabalhava-se de sol a sol nos seis dias da semana, de segunda a sábado. Aos domingos de manhã era o tempo de ir à palha, ao feno, à ferrã, o que fosse necessário para a alimentação dos animais. O homem descansava da parte da tarde, a mulher nem esse direito tinha. A maior parte dos homens iam para a taberna conviver, beber, quase sempre demais e era rara a noite em que não houvesse violência, seja entre os homens, seja em casa com a mulher. A violência era aceite como normal, o homem podia bater na mulher, o pai podia bater no filho, a professora podia bater nos alunos, o padre podia bater nas crianças. Assim sendo, o homem podia bater nos animais, ninguém se sentia indignado com isso.

A violência deste conto tem que ser vista neste contexto. Estas histórias, sendo fictícias, retratam a vida desse passado recente e servem para podermos valorizar o presente.

O nome dado à zona de Benlhevai, Pereiro, pode muito bem ter nascido desta forma, desta ligação entre o animal e a terra, desta homenagem ao sacrifício do boi pereiro.



Comentários


Pura curiosidade sobre as realidades transmontanas com que também convivi

António Machado  


A vida antigamente era muito dura e não havia os meios de socorro que agora temos. Agora vivemos com melhores condições e com menos trabalho e esforço, graças aos nossos antepassados.

Artur José de Sousa Fernandes