Foi publicado hoje o vigésimo nono conto do Vítor, o “Vale Frio”.
Fica no termo de cima, a parte fria de Benlhevai. Quando se vai na estrada para Vale Frechoso, a seguir ao campo da bola, começamos a ver as leiras do lado direito e, a meio da reta, temos o Vale Frio à esquerda.
Neste conto, Vale Frio era o nome que davam ao dono duma terra ali para os lados das leiras, como quem vai daí para o alto da serra, onde está o talefe. Chamava-se Cipriano do Vale, ficou o Vale Frio.
É para aqueles lados que caem as maiores geadas. Antigamente também caía muita neve, mas esse tempo já lá vai, o aquecimento global mandou a neve para outros lados; por aqui já quase que não a vemos. Também é para aí que nascem as rosas de lobo, aí e no Ribeiral. Estão em vias de extinção, devido às mudanças do clima e também porque são bonitas e raras, portanto vítimas de quem as quer levar para o seu quintal. Elas são bonitas no seu habitat, no meio da natureza, com a sua vida e a sua liberdade. Como os pássaros, como todos os animais, como todos nós.
No Vale Frio a terra é funda e era boa para o trigo e chicharos. Também havia lá dois grandes "cerdeiros" (cerejeiras enormes), daquelas cerejas antigas, mais pequenas, mas muito mais doces do que as variedades modernas.
Ficam estes contos para relembrar e perpetuar os nomes dos terrenos do nosso termo.
Artur José de Sousa Fernandes