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Canelha da Caçadeira  2022-11-08

Foi publicado hoje o vigésimo sétimo conto do Vítor, a “Canelha da Caçadeira”.

Esta canelha, quer dizer, este caminho estreito, com muros dos dois lados, acidentado, cheio de fragas, é hoje em dia uma peça de museu. A estrada nacional, feita há quarenta e tal anos, leva-nos para a Trindade ou para Vila Flor, conforme a direção que quisermos seguir e veio desativar caminhos que antigamente eram muito frequentados. Logo a seguir à sua construção, ainda naquela época após o 25 de Abril de 1974 em que queríamos fazer tudo porque estava tudo por fazer, rasgámos a estrada entre o Prado e o Portelo, o que tirou movimento ao caminho antigo da saída de Benlhevai, o que passa pelo Tapado.

Estas duas estradas deixaram a Canelha da Caçadeira sem movimento. Não morreu, continua viva, mas nada nem ninguém passa por lá. Adeus, Canelha da Caçadeira!

Este conto do Vítor é assim uma forma de não deixar morrer este nome. No futuro, quem quiser saber como se chama este sítio, esta canelha, vai à página de Benlhevai, à secção de “Lendas e Histórias”, clica no nome deste conto e fica a saber como se chama.

Por vezes pode dar a impressão que estes contos são apenas engraçados, porque escritos com palavras que já não se usam. Pura impressão! Na verdade, estão a dar vida a fragmentos da alma de Benlhevai que doutra forma estariam condenados a morrer.



Comentários


A canelha da Caçadeira era um pedaço nada fácil do caminho de entrada e saída de Benlhevai, sobretudo para ir, a pé ou de burro, até Vila Flor, Cachão (tão frequentado, por causa do caminho de ferro), e também para as hortas das Leiras e Noval. Agora a estrada e os automóveis tiraram o interesse a esta canelha. Fica este conto a imortalizá-la para memória futura.

Artur José de Sousa Fernandes