Foi publicado hoje o vigésimo sexto conto do Vítor, a “Rijada”.
A Rijada foi durante uns anos a serra do minério. Há uns 80 anos, durante a segunda guerra mundial, o volfrâmio era importante para a guerra. Por motivos vários, que tentámos explicar no livro “Histórias de Benlhevai”, a exploração desse minério foi feita em Portugal e calhou-nos também a nós, em Benlhevai, sermos atingidos por essa parte da guerra. Esse minério deixou por cá muito dinheiro, outros levaram muito mais, e esse dinheiro pagava uma matéria prima da guerra, portanto servia para matar muita gente. Sempre foi assim, a guerra traz mortes, filhos que morrem cedo demais, crianças que morrem antes de começar a vida, corpos mutilados, doenças que nunca são curadas, mas também traz dinheiro a muitos que ganham fortunas com a guerra, com a desgraça dos outros. Isso acontece em todas as guerras, nesta que atualmente estamos a viver, também.
Nesta história do Vítor conta-se o outro lado da Rijada, a terra do cereal, do pão. É uma matéria prima bem mais importante. A Rijada foi durante muitos anos uma terra de pão. Assim, esta história teria que ser bem mais rica, mais humana, mais nossa; e é! Conta-se uma das maneiras possíveis de se ter dado este nome – Rijada – a este sítio de Benlhevai, majestoso e lindo, cheio de serras e vales, pedras, carquejas e muitas memórias. São as memórias de Benlhevai; é esta a alma de BENLHEVAI!
O tema deste conto decorre no tempo de antes do "minério", ou seja, do volfrâmio. Ainda hoje existem por ali vestígios da exploração dessa fonte de rendimento da época. Foi um importante capítulo da história da nossa terra, Benlhevai.
Artur José de Sousa Fernandes