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Jeirinha  2022-08-09

Foi publicado o vigésimo quarto conto do Vítor, a “Jeirinha”, que nos fala deste sítio de Benlhevai, da festa do Cabeço e do mês de agosto.

Agosto tem um cheiro especial! Cheira a festas, reencontros com a família e amigos e no dia 15 cheira à festa do Cabeço, a Senhora da Assunção.

É aqui mesmo ao lado, basta subirmos ali pelo Noval até à Jeirinha e vemos logo o a capela da Senhora da Assunção; ou então metemo-nos num carro e num quarto de hora estamos lá. Há uns 50 anos não era assim, não havia estradas nem carros; ia-se a pé e o meio de transporte da vinda era o mesmo. Passavam-se umas horitas no caminho.

Era a festa principal do ano, faziam-se planos e poupava-se o que se podia para ter dinheiro para esse dia. Era preciso comprar amêndoas doces, um chapéu de palha, uma santinha que davam ao pagar uma promessa, um carrinho ou uma pombinha de madeira para trazer para a garotada, andar nas “cadeirinhas”, nos “carrinhos”, ver o poço da morte e outras coisas que não são para aqui chamadas.

Cada aldeia tinha o seu lugar, quem ia de Benlhevai já sabia onde encontrar gente de cá. À noite havia música, baile, namoriscos e a monumental descarga de fogo de artifício da meia noite. Morteiros e foguetes de lágrimas, iluminavam tudo, por vezes o que não deviam. Era um dia e uma noite para nunca mais esquecer.



Comentários


É sempre uma maravilha ler estes contos da nossa terra

Sérgio  


A festa do Cabeço era o dia mais importante do verão, poupava-se durante o ano para ir à festa. Os namorados aproveitavam, como vemos no conto da Jeirinha, para acertar alguns pormenores e estarem mais à vontade durante o arraial.

Artur José de Sousa Fernandes