Mais um conto do Vítor publicado, é o décimo quarto. Desta vez é o “Toleiro”, uma história (uma conta) que tem como palco uma zona de Benlhevai que antigamente metia medo.
É uma zona de muita humidade, ali nasce água e também ali vai parar muita água quando chove. Fica no limite de Benlhevai indo para a Trindade. Antes de haver estrada, isto é, há quarenta e tal anos (não é tanto quanto isso), quem se aventurava a vir a Benlhevai de carro tinha ali um bico de obra, principalmente se era inverno. Os carros atolavam-se com toda a facilidade: os dos bois, os dos burros e mais recentemente os carros a gasolina ou a gasóleo.
Quantos ficaram ali no meio da lama! Quantos destes carros modernos tiveram que ser dali tirados por bois! É verdade, isso foi há menos de cinquenta anos!
Este conto deixa-nos a memória e recordação do isolamento em que se encontrava a nossa aldeia. Não havia estrada alcatroada como agora e o caminho utilizado pelos carros (de bois, de burros, a gasolina ou gasóleo) era um fraco remedeio.
Artur José de Sousa Fernandes
Lembro-me disso perfeitamente…coitadinho do carro do meu pai, assim como qualquer outro, mas falo no do meu pai porque vivi esse episódio muitas vezes quando chegava de França. Como os carros sofriam meu Deus…
Lurdes Pereira