CENSOS 2021
Em Portugal, de 10 em 10 anos, há uma contagem de cidadãos residentes (portugueses e imigrantes). É um método com muitos anos! Já em 1258, portanto há 763 anos, sabemos que houve uma contagem destas e aí aparece o nome de Benlhevai.
Agora, em 2021, contaram-nos outra vez, e é desta contagem que damos notícia;
1 - No distrito de Bragança somos 122.833 residentes; em 2011 éramos 136.252. Em 10 anos, somos menos 13.419!
2 - O concelho que perdeu menos habitantes, em termos percentuais, foi Bragança, e o segundo foi Vila Flor. No nosso concelho somos menos 633. Vá lá, os outros 10 concelhos perderam mais habitantes que Vila Flor.
3 - No concelho de Vila Flor, em termos de freguesias, a que perdeu mais foi a Trindade (28,4%) e as únicas que não perderam habitantes foram Samões e Benlhevai, que têm exatamente os mesmos que tinham em 2011. Pois é, nos tempos que correm é um feito, Benlhevai tinha 234 habitantes em 2011 e em 2021 tem os mesmos 234.
Os tempos que correm são difíceis, muito difíceis! Morre mais gente que a que nasce e se não houver uma revolução política nesta área, daqui a 10 anos a desgraça vai ser ainda maior. O poder político assobia para o lado, não há medidas para desenvolver o interior. Estamos condenados a ver as nossas terras sem gente, daqui a poucos anos.
A tendência, é cada vez haver menos gente no interior, é um facto. As opiniões valem o que valem, mas as autarquias poderiam ser mais audaciosas nessa perspectiva, já se embelezaram as vilas e nelas criaram coisas interessantes, é o momento de pensarem o concelho e apostarem nas riquezas naturais que ai existem e no seu desenvolvimento, em parceria com outros concelhos e entidades privadas
vitor
É uma pena sermos cada vez menos nas nossas aldeias e vilas. Perdemos todos com isso. E só o poder político pode reverter esta situação, a nível central e municipal. Em Benlhevai somos mais ou menos em quantidade igual aos que éramos há 10 anos, mas só em teoria. Na realidade, os residentes portugueses são cerca de 125. Os restantes são imigrantes romenos e búlgaros, que estão a abandonar-nos aos poucos; uns, de regresso à sua terra, outros rumo a outras paragens onde possam sobreviver com mais esperança.
Artur José de Sousa Fernandes