Benlhevai, 08/10/2020
Acabámos de publicar o terceiro conto do Vítor, o “Valado”. Como já é habitual, e queremos que assim continue, publicamo-lo também em francês, com o título de “Fossé”. Como já sabem, pode ser lido na secção “Lendas e Histórias” da página de Benlhevai.
O Valado fica logo à saída de Benlhevai, indo para sudoeste, em direcção a Vale D’Arçãs, Terra Grande ou Monteiro, sítios de oliveiras.
Este conto traz-nos à memória a época da apanha da azeitona, com todas as suas características – o frio, a dureza do trabalho, a alegria das cantigas. A mais famosa era:
“O nosso rancho é o da bandeira,
é o da bandeira, é o campeão;
oh i oh ai, toca a cantar, toca a rir,
venha cá p’ró pé de nós
quem se queira divertir”
Neste conto também recordamos o poder que os ricos tinham na altura: O que eles diziam era lei e os pobres só tinham que concordar e obedecer. Neste caso, o rico disse que aquele sítio se chamava “Valado”, e pronto! Estava dito!
Agora já está tudo diferente. Apanha-se a azeitona com máquinas ou tractor; já não se apanha a que cai fora das lonas e já ninguém anda ao rebusco. Como tudo mudou!
Artur José de Sousa Fernandes